texto: joão matos
Lá na longínqua Arábia, vivia um número muito importante chamado Zero.
Todos gostavam dele e lhe reconheciam valor. Os outros números enchiamno de mimos e constantemente o chamavam:
− Sr. Zero, venha para junto de mim, se, se colocar à minha direita eu fico
maior, mais poderoso…
Ora o Dois, que era um número muito invejoso, resolveu mandar-lhe uma
carta anônima, com o objectivo de o envergonhar.
Nessa carta chamava-lhe mau amigo, pessoa sem préstimo e dizia-lhe que
um zero à esquerda nada valia.
− Até lhe posso comprovar o que digo − comentou o Dois cheio de energia. − Ora ouça: 0+0+0+0=0; 1+0=1; 2+0=2… e por aí adiante, meu triste Senhor
Zero. Está a ver? Eu sou o Dois, lindo e elegante e você nada vale. Está a mais
no seu país e no mundo. Desapareça imediatamente, olhe que eu tanto posso
representar um par de sapatos como um casal de pombos, veja lá a minha importância!...
O pobre do Zero, ao ouvir estes insultos, chorou amargamente e resolveu
desaparecer do país dos números.
E então eis o que aconteceu:
Os carros, que deviam andar a setenta quilômetros por hora, passaram a
andar a sete. As pessoas perdiam a paciência e as viagens tornaram-se intermináveis.
Os bancos, onde se acumulavam grandes fortunas, começaram a ter as pobres e tristes moeditas de um e dois euros e as notitas de cinco euros, nada mais!
− Oh! Que grande desgraça! − gritavam os donos das gordas contas bancá-
rias. − Estamos na miséria, acudam-nos!...
E o Dois, escondido e envergonhado, ouvia do seu canto todas estas queixas,
mas sem nunca dizer uma palavra.
Foi então que o Nove percebeu a importância do Zero e trepou íngremes
montes e desceu inclinados vales, achando que como era o último da série devia
resolver o problema.
Encontrou-o num buraco, escondido e coberto de lágrimas.
− Perdoe, meu amigo. A quem o insultou mostre que a sua bondade é igual
ao seu grande valor e venha de novo para o nosso país.
O Zero regressou e, pela grande festa que lhe fizeram, percebeu que tinha
feito mal dar ouvidos ao Dois.
Afinal, muitos o amavam e reconheciam a sua importância.
Fonte: Histórias com matemática - http://api.ning.com/files/M1hTjV9jDZHVIP4oDkxk3Z*AAK0FGYZnaz7*yFkvUFPkDXbAW1AjxmHFM0hjJyoIR85bBiwCB-NsJWNx0MXctS8L88JvxEaI/histC3B3rias20com...20matemC3A1tica.pdf
04/06/2013
não eh exatamente assim... ninguém queria o zero. então essa história já começou errada.
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